"Iluminado", Guerrero estreia com gol pelo Inter e vive dia com homenagens, alívio e emoção
No aniversário de 50 anos do Beira-Rio, centroavante repete gesto do 1º gol do estádio, marcado por Claudiomiro, dedica feito para sobrinho falecido e para affair presente em camarote
São quatro segundos entre a cobrança de escanteio de Camilo e o cabeceio de Paolo Guerrero para as redes.
Depois, a corrida até sumir entre os companheiros, o Saci, mascote do
Inter, e receber o carinho dos torcedores dura mais que o dobro. Esta
trajetória colocou fim ao drama vivido pelo peruano na suspensão. Era estreia pelo clube gaúcho e a volta emotiva do peruano aos gramados. No aniversário dos 50 anos do Beira-Rio, na mesma
forma do primeiro gol do estádio, marcado por Claudiomiro e do primeiro
de Fernandão, o gol 1 mil em clássicos, também na primeira partida.
Aliás, sobrou emoção para o artilheiro da noite. O gol teve homenagem
para o sobrinho falecido, assim como uma referência a namorada, presente
nos camarotes do Beira-Rio. Ou seja, uma tarde completa para o
"guerreiro".
- Eu procurava o gol desde o primeiro minuto. Queria fazer o gol na
estreia e consegui. Não sei (se entra para a história do Beira-Rio), mas
consegui o que queria. Meus companheiros me ajudaram muito e fiz -
disse o peruano.
Minutos depois, a bola rolou. E, aos 36, o êxtase. Em sua segunda oportunidade na partida (a primeira foi tirada em cima da linha por Eduardo Diniz quatro minutos antes), não perdoou. Após 284 dias, fazia as pazes com o gol (o último ocorrera na vitória do Peru por 2 a 0 sobre a Austrália na Copa do Mundo de 2018).
Numa tarde cheia de simbolismos em que respingava sentimentalidade, o
coração pesou para Guerrero. Assim que fez o gol, deu “tiros imaginários
para os céus”. E colocou a mão sobre as sobrancelhas para procurar uma
paixão antiga. Nas arquibancadas, estava a modelo peruana Alondra Garcia
Miró na torcida.
Guerrero estava aliviado pelo drama em função da punição por doping
(foi encontrado em seu teste metabólitos de cocaína no jogo com a
Argentina pelas Eliminatórias) encerrar. Foi um recomeço para o peruano.
- A sensação que eu tive injustamente por um ano e dois meses (de
punição). Me prejudicou muito, mas não quero mais pensar nisso. Quero
focar na minha carreira, jogar futebol, voltar a viver isso aqui. Estar
no vestiário com meus companheiros, rir e dar alegrias ao torcedor.
Estava com muitas saudades. Só quero focar nisso. Hoje tenho a
possibilidade de ser profissional. Sou abençoado, feliz jogando futebol e
só quero isso. Estou feliz por estar aqui novamente por ganhar hoje. Só
quero treinar bem, jogar e me sentir em casa - disse.