segunda-feira, julho 12, 2010
Dodge Charger
Modelo Dodge Charger coleciona legião de fãs
Com o lançamento do filme “Roberto Carlos a 300 Km por hora”, a moçada da época ambicionava acelerar o Charger nas mesmas curvas
Texto: Marcos Camargo Jr.
Fotos: Do autor
(06-07-10) - Esqueçamos a rivalidade que existe entre os fãs dos muscle cars nacionais. Entre Maverick, Opala SS, Passat GTS, justiça seja feita em prol dos Dodge Charger R/T, lenda viva da indústria automotiva nacional. Afinal de contas, anos após ano, esse carrão não perde a pose e continua como um dos preferidos entre os esportivos grandes.
E essa preferência tem muita história. Desde o seu lançamento no Brasil, em 1971, ele passou para o topo entre os mais potentes do mercado. Derivado do Dart Cupê ele tinha a alma do verdadeiro esportivo com acabamento caprichado. Vinha equipado com os mesmos motores Dodge dos demais modelos, o V8 de 215 cv e elevado torque: 42,9 m.kgf. Por ser um carro maior e mais "solto" que seus concorrentes, exigia ainda mais do piloto nas curvas acentuadas. O câmbio no assoalho permitia uma tocada bem esportiva, sem contar o visual recheado de frisos, combinações de alumínio com madeira no acabamento e rodas cromadas. A taxa de compressão do modelo Charger R/T passava de 7;5:1 para 8;4:1, e fazia o carro alcançar quase 200 Km/h de velocidade máxima.
Com o lançamento do filme “Roberto Carlos a 300 Km por hora”, a moçada da época ambicionava acelerar o Charger nas mesmas curvas que o consagrado artista pilotou em Interlagos.
O Road and Track era visto sempre nas principais ruas e avenidas da cidade, quase sempre em alta velocidade ou desfilando com toda a pompa de um esportivo nacional com DNA gringo. Nos pontos mais badalados dos anos 1970, como a Rua Augusta e as ruas curvas do Pacaembu, era figura comum diante dos bares exibindo o frescor de sua juventude.
As recém inauguradas “freeways” de São Paulo também serviram para testar o Charger, que era figura comum nas recém inauguradas Marginais, a Avenida 23 de Maio e no então distante bairro da Zona Sul, que se integrava a região central com a Avenida Interlagos. Com tanto vigor e potência, os Dodges nunca eram alcançados pela polícia que usava o Fusca como viatura. Em tempos onde não havia radar e a fiscalização era precária, as madrugadas motivavam os rachas com carrões envenenados.
Nestas corridas inseguras e ilegais, disputavam os nacionais Maverick e todos os Dodges, não só o Charger, alguns Opalas, e modelos importados que na época eram encontrados com grande facilidade e a preços baixos como Pontiac GTO, Mercury Cougar, Chevrolet Camaro entre outros. Fuscas, Gordinis e outros pequenos envenenados também disputavam em suas categorias de base.
Esse tempo já parece muito distante, mas o desejo por um carro verdadeiramente esportivo nunca deixou de existir. Já os Dodge perderam valor, principalmente após serem descontinuados em 1980, por conta da crise do petróleo e da própria Chrysler do Brasil.
Os Dodges nos deixaram, mas ainda hoje, subsistem algumas unidades destes grandes carros fabricados no Brasil, e que revivem o sonho de todos os brasileiros em possuir um verdadeiro muscle car na garagem.
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