terça-feira, maio 11, 2010

Tecondonte-RS/BR


Exemplar de Tecondonte encontrado no Estado é o mais conservado já localizado
Fóssil foi localizado em Dona Francisca, na região central do Estado


Praticamente intacto, um fóssil de tecodonte considerado o mais completo e conservado já encontrado foi apresentado ontem por pesquisadores da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Localizado em Dona Francisca, na região central do Estado, o Prestosuchus, que viveu na região central do Estado há 238 milhões de anos, foi mostrado pelos autores da descoberta, o paleontólogo Sérgio Furtado Cabreira, da Ulbra de Canoas, e o biólogo Lúcio Roberto da Silva, da Ulbra de Cachoeira do Sul.



Ancestral do crocodilo, o esqueleto do animal foi localizado há cerca de um mês, em uma área na localidade de Linha do Soturno, a poucos metros do trevo de acesso ao município. O sítio paleontológico é explorado pelo Projeto Ulbra Paleontologia, da Ulbra de Canoas, e Museu de Ciências Naturais, há cerca de 12 anos. Conforme os pesquisadores, trata-se de um exemplar adulto que media cerca de sets metros de comprimento e 1m60cm de altura. Apesar do peso – em torno de uma tonelada – o quadrúpede era ágil, veloz e um carnívoro feroz, sendo o predador mais temido da época.

– Ele se alimentava de tudo que se movesse – diz Cabreira.

No período Triássico Médio, quando os tecodontes habitaram o planeta (antes dos dinossauros surgirem), o local onde o animal foi achado era um lago muito procurado, em tempos de seca, por outras espécies, que acabavam se tornando presas fáceis para os predadores. Os Prestosuchus ficavam nos arredores esperando a hora certa para atacar. Para os pesquisadores, o fato de ter havido água no lugar também explicaria a conservação do esqueleto. É provável que ele tenha sido coberto pela lama, dois ou três dias após ter morrido.

– Pelo estado de conservação do crânio, será possível identificar de qual espécie este e outros fósseis já descobertos do gênero pertencem – avalia o geólogo e professor de paleontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Átila Augusto.

Há cerca de três anos, máquinas teriam retirado terra da área para construções particulares. Para Cabreira, a ação pode ter destruído ou espalhado muitas estruturas, mas, ao mesmo tempo, deixou o fóssil do Prestosuchus mais próximo da superfície. A chuva dos primeiros meses do ano terminou o serviço, deixando à mostra parte da escápula – osso do ombro – do bicho.

O bloco de rocha onde está depositado o animal ganhou um reforço de gesso em toda a volta para resistir à remoção, que deve ocorrer na quinta-feira. O bloco será levado em um caminhão para o Museu de Ciências Naturais da Ulbra de Canoas. Até lá, está aberto à visitação por estudantes das escolas da região.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Powered By Blogger