sábado, novembro 27, 2010

Erva-mate combate colesterol e triglicerídeos


Erva-mate combate colesterol e triglicerídeos, constata pesquisa





13/08/2008 08:08:07 - Jornal NH

Thiago Buzatto/GES-Especial.

"Quando não tomo o chimarrão falta alguma coisa, o dia não é o mesmo’’, frisa Strack

Novo Hamburgo - "Eu tomo chimarrão somente um vez por dia. Começo de manhã e sigo até a noite’’, brinca o agricultor Artidor Coelho, 55 anos. O ritual começa cedo, às 6 horas. O morador de Novo Hamburgo, que também tem uma chácara em Rolante, levanta e segue direto até a cozinha, onde coloca a água para esquentar e começa a preparar o bom e velho mate. "Não fico um dia sem ele.’’ Mais do que simples tradição, o hábito de tomar chimarrão pode trazer benefícios para a saúde. Isto porque a erva-mate, ingrediente usado na bebida preferida de muitos gaúchos, ajuda a combater triglicerídeos e colesterol, associados a doenças cardiovasculares. A constatação é resultado de uma pesquisa realizada por acadêmicos de Biomedicina do Centro Universitário Feevale.

Conforme o estudo, o chimarrão degustado religiosamente por Coelho pode ajudar a reduzir em 29% o colesterol total e até 62% os triglicerídeos. "Fizemos um experimento com ratos, que se alimentaram com uma dieta inadequada e depois começaram a consumir extrato de erva-mate. O resultado foi uma diminuição bastante considerável desses níveis’’, conta a coordenadora do estudo, a professora Rejane Giacomelli Tavares.

Ação

O resultado foi atribuído à ação dos flavonóides, compostos químicos existentes na erva-mate, tão consumida no Estado. "Entretanto, as pessoas precisam ter uma dieta balanceada e fazer exercícios físicos porque a erva-mate é apenas um auxiliar’’, alerta. Mesmo sem conhecer a pesquisa, o hábito do agricultor, como de grande parte dos gaúchos, vem desde pequeno, quando tinha apenas 8 anos.

"Meu pai e eu levantávamos às 4 horas e íamos tomar chimarrão, ouvindo um radinho a pilha’’, recorda Coelho, ao lado da esposa, a dona de casa Elíria Corrêa Coelho, 55, que também gosta da bebida. O agricultor tem uma área de meio hectare, na cidade de Rolante, onde plantou erva-mate. "Agora já tenho 300 pés, porque 70 cultivo desde o ano passado’’, relata Coelho, também fabricante de cuias.

Chimarrão faz sucesso e é considerado indispensável

O chimarrão é também o companheiro de trabalho do vigia Paulo Almeida de Oliveira, 59 anos. Com a cuia na mão, o morador do bairro Canudos enfrenta a rotina com muito bom humor. "Tenho tudo aqui para fazer o meu mate: cuia, bomba, térmica, erva’’, conta Oliveira. A bebida também faz sucesso entre os colegas na Prefeitura de Novo Hamburgo. "Sempre ofereço porque nunca deixamos de dividir a cuia e o pessoal toma junto’’, relata o morador do bairro Canudos.

A paixão pelo chimarrão começou aos 18 anos de idade, quando Oliveira via os pais. A tradição, porém, parece estar parando na família do vigia. "Tenho quatro filhos adultos e nenhum deles gosta.’’ A erva-mate é um dos ingredientes do café da manhã. Assim que acorda, Oliveira esquenta a água e arruma a cuia para saborear a bebida. "Primeiro o chimarrão, depois o café’’, frisa o vigia, que também toma o mate com a mulher, a dona de casa Onira da Silva de Oliveira, 55, quando chega em casa. "Este é o meu único vício’’, brinca.

Chá

"Eu não posso ficar sem o meu chimarrão", diz a calçadista aposentada Irena Maria do Nascimento Vieira, 84. A moradora da Rua Bartolomeu de Gusmão, no bairro Canudos, toma a bebida há mais de 50 anos. "Meu colesterol está baixo, talvez seja por isso, mas eu também coloco chá na erva-mate." Quando chega visita, a primeira pergunta de Irena é: "Aceita um chimarrão?". No bairro Industrial, mãe e filha têm o hábito de tomar chimarrão todos os dias, às 10 horas. A dona de casa Ivonete Flores, 44, e a aposentada Noeli Maria da Silva, 71, aproveitam o momento para conversar. "É um costume de muitos anos. O nosso chimarrão é sagrado, sempre no mesmo horário. Às vezes, algumas vizinhas fazem parte da roda", conta Ivonete.

O empresário hamburguense Olário Strack, 44, conta que toma chimarrão desde criança e afirma que já se tornou um vício. "Quando não tomo o chimarrão falta alguma coisa, o dia não é o mesmo’’, frisa Strack, que começou a tomar mate com a mãe, aos 10 anos, e hoje não dispensa a bebida.

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